domingo, 7 de maio de 2023

Saiba a história da Ponte de Igapó, que divide a Zona Norte das demais partes da cidade Natal/RN


A famosa Ponte de Ferro de Igapó foi uma construção muito importante do ponto de vista econômico para a Natal do início do século XX. Ela teve o papel de facilitar a ligação do comércio da capital com o interior do Rio Grande do Norte, quando da continuação da construção de uma linha férrea para transporte de mercadorias como açúcar e algodão.

Esse comércio, no século XIX era feito a partir do Rio Potengi, com as embarcações partindo de Natal e passando pelas cidades que o margeavam. A construção da linha férrea e consequentemente da ponte, de “resultaram de uma escolha deliberada da elite políticoadministrativa da província, a partir de 1889, do estado do Rio Grande do Norte, no sentido de reforçar o papel de Natal como capital, ao integrá-la com o interior” (TEIXEIRA, 2015). 

A ponte foi desativada em 1970, quando da construção de outra ponte, mas de concreto, que comportaria o fluxo de veículos automotivos.

Nos dias de hoje, a antiga Ponte de Igapó continua presente na visão de quem faz o translado entre as duas porções territoriais de Natal separadas pelo Rio Potengi – em outras palavras, da conhecida Zona Norte em direção às outras regiões da cidade e vice-versa.

Ela serve atualmente como ponto turistíco da cidade, principalmente para quem vem de outras cidades, já que quem passa por ela todos os dias já se acostumou com a obra de arte. Suas condições estruturais estão precisando de reforma, coisa que ainda não entrou na lista de prioridades do Governo do Estado.

Conhecida como Ponte do Potengi, foi inaugurada em 20 de abril de 1916. A ponte de aspecto elegante media a extensão total de 550 metros, sendo, na época, a maior ponte do Norte e Nordeste do Brasil. Sua superestrutura metálica comportava nove vão de 50 metros, e um vão de 70 montados sobre colunas, sólidas e resistentes. Permaneceu a ponte sendo utilizada, durante mais de 50 anos, como único elo de ligação entre a Capital e os municípios do norte do Estado.

Tudo começou com as Capitanias Hereditárias quando o Rei de Portugal Dom João III, em 1530, dividiu o Brasil em lotes. As terras que hoje compreendem ao Rio Grande do Norte couberam a João de Barros e Aires da Cunha. A primeira expedição portuguesa aconteceu cinco anos depois com o objetivo de colonizar as terras. Antes disso, os franceses já aportavam por aqui para contrabandear o pau-brasil. E esse foi o principal motivo do fracasso da primeira tentativa de colonização. Os índios potiguares ajudavam os franceses a combater os colonizadores, impedindo, a fixação dos portugueses em terras potiguares.

Passados 62 anos, em 25 de dezembro de 1597, uma nova expedição portuguesa, desta vez comandada por Mascarenhas Homem e Jerônimo de Albuquerque, chegou para expulsar os franceses e reconquistar a capitania. Como estratégia de defesa, contra o ataque dos índios e dos corsários franceses, doze dias depois os portugueses começam a construir um forte que foi chamado de Fortaleza dos Reis Magos, por ter sido iniciada no dia dos Santos Reis. O forte foi projetado pelo Padre Gaspar de Samperes, o mesmo arquiteto que projetou a Igreja Matriz de Nossa Senhora da Apresentação.

Concluído o forte, logo se formou um povoado que, segundo alguns historiadores, foi chamado de Cidade dos Reis. Depois, Cidade do Natal. O nome da cidade é explicado em duas versões: refere-se ao dia que a esquadra entrou na barra do Potengi ou a data da demarcação do sítio, realizada por Jerônimo de Albuquerque no dia 25 de dezembro de 1599.

Com o domínio holandês, em 1633, a rotina do povoado foi totalmente mudada. Durante 21 anos, o forte passou a se chamar Forte de Kenlen e Natal, Nova Amsterdã. Com a saída dos holandeses, a cidade volta à normalidade. Nos primeiros 100 anos de sua existência, Natal apresentou crescimento lento. Porém, no final do século XIX, a cidade já possuía uma população de mais de 16 mil habitantes.

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